sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Nove "onzes" em dez jogos
Não é só no plano dos resultados que a comparação entre o arranque do F.C. Porto em 2011/12 e na época anterior se torna ingrato para Vítor Pereira. Uma análise à utilização de jogadores nos primeiros dez jogos da temporada aponta claramente para a indefinição de um onze-base como factor de instabilidade na equipa.
Ao fim de dez jogos, Vítor Pereira utilizou 20 jogadores como titulares, e só por uma vez repetiu um onze: foi entre a primeira e a segunda jornada da Liga, alinhando a mesma equipa inicial nas vitórias em Guimarães e sobre o Gil Vicente. A partir daí, por lesões, castigos ou opção técnica, o F.C. Porto esteve sempre em mudança. Ao todo, foram nove onzes iniciais em dez partidas.
Só três jogadores estiveram sempre nas escolhas iniciais de Vítor Pereira: Helton, Fucile e Kléber. Os dois últimos não deverão manter esse estatuto, seja pela expulsão do uruguaio em São Petersburgo, seja pela lesão do brasileiro no mesmo jogo. O onze-base de Vítor Pereira não é fácil de definir: além destes três elementos, há Moutinho e Rolando, que só falharam o onze em uma ocasião, e Hulk, que falhou duas vezes a titularidade, por gestão de esforços. O resto, prima pela indefinição: Maicon (quatro) e Otamendí (seis) repartem presenças a titular no eixo defensivo, tal como Sapunaru e Álvaro Pereira na lateral (cinco cada).
A terceira vaga de ataque é distribuída entre James (cinco vezes), Varela (quatro) e Cristián Rodríguez (três). Mas é no meio-campo que assentam os maiores pontos de interrogação: para lá de Moutinho, intocável, Souza (cinco), Guarín (cinco), Belluschi (quatro) e Fernando (quatro) têm praticamente o mesmo tempo de utilização, já para não falar em Defour, titular em dois jogos.
O triângulo do meio-campo já teve sete arrumações diferentes em dez jogos. A fórmula Souza-Guarín-Moutinho foi a mais experimentada (três vezes), enquanto Fernando-Belluschi-Moutinho jogaram de início em mais duas ocasiões. O resto foram ensaios, nem sempre conclusivos, que tiveram a incerteza em relação à posição 6 como nota dominante. A titularidade de Fernando nos últimos dois jogos parece ser um sinal de que, pelo menos aí, o técnico pode ter encontrado um ponto de estabilidade.
Estes números ganham maior significado quando comparados com os primeiros dez jogos da época passada. Nesse período, André Villas-Boas definiu claramente um onze-base: Helton, Sapunaru, Rolando, Maicon, Álvaro Pereira, Fernando, Moutinho, Belluschi, Hulk, Falcao e Varela. Utilizou-o em cinco ocasiões, e em outras duas, devido à baixa forçada de Hulk, limitou-se a fazer uma alteração, pondo Ukra no seu lugar.
As variantes foram utilizadas a conta-gotas, também numa lógica de gestão: nenhum jogador fora deste desenho foi titular mais de duas vezes no início da época. Ao todo, AVB utilizou 18 elementos como titulares (menos dois do que Vítor Pereira), estabilizando a equipa antes de, numa fase mais adiantada da época, colher frutos da rotatividade. Vítor Pereira, nuns casos por opção, noutros por contingências (castigos ou lesões) tem seguido o caminho inverso. E a equipa ressente-se.
Titulares com Vítor Pereira:
Helton, 10 vezes
Fucile, 10
Kléber, 10
João Moutinho, 9
Rolando, 9
Hulk, 8
Otamendí, 6
Sapunaru, 5
Souza, 5
Guarín, 5
Álvaro Pereira, 5
James, 5
Maicon, 4
Varela, 4
Belluschi, 4
Fernando, 4
C. Rodríguez, 3
Defour, 2
Rúben Micael, 1
Mangala, 1
Total: 20 jogadores
Onzes apresentados: 9 em 10 jogos (só um repetido)
Titulares com André Villas-Boas:
Alvaro Pereira, 10 vezes
Rolando, 10
João Moutinho, 10
Fernando, 10
Falcao, 10
Helton, 9
Maicon, 9
Sapunaru, 8
Belluschi, 8
Hulk, 8
Varela, 8
Rúben Micael, 2
Ukra, 2
Fucile, 2
Beto, 1
Souza, 1
C. Rodríguez, 1
Otamendí, 1
Total: 18 jogadores
Onzes apresentados: 5 em 10 jogos (onze-base repetido 5 vezes)
fonte: Mais Futebol
Etiquetas: época 2011/12, FC Porto