segunda-feira, 1 de agosto de 2011
FC Porto 1 - 2 Lyon (crónica)
A uma semana do primeiro jogo oficial, o F.C. Porto deixou uma mensagem forte: está melhor do que seria exigível nesta altura. Na verdade, diante do Lyon, apenas o resultado não foi positivo. Foi, aliás, falso e injusto. Dois erros na defesa dos dragões, perfeitamente evitáveis, transformaram uma exibição autoritária e convincente apenas numa vitória moral.
Sem ponta de exagero, pode dizer-se que o Porto podia ter goleado o Lyon. Vercoutre efectuou quatro ou cinco defesas de elevado grau de dificuldade, além de outros lances que andaram a namorar os postes e as redes sem terem sido correspondidos nos seus anseios. Mais importante do que o resultado, porém, é analisar a qualidade de jogo das duas formações. E nisso não houve comparação possível. O F.C. Porto foi superior do princípio ao fim.
O que correu mal, então, nesta primeira derrota dos campeões nacionais? Além da parca capacidade concretizadora no ataque, a consistência defensiva teve períodos de adormecimento. Dois dados certamente registados e a rever por Vitor Pereira.
No meio de tudo, e antes de passarmos às coisas boas dos azuis e brancos, uma última nota:
Fernando parece um jogador a mais neste grupo. Entrou aos 63 minutos, teve três acções negativas e ainda foi o responsável pelo segundo golo do Lyon. Assim, o melhor será mesmo o
Polvo mudar-se para outras águas.
Hulk e o demónio incorporado
A nova ordem do jogo portista impõe uma pressão altíssima. Uma pressão sufocante para o adversário. O F.C. Porto teve o mérito de a fazer de forma quase perfeita, sem quebras, e numa sintonia assinalável. Esta é uma das diferenças visíveis entre o reinado de Villas-Boas e este novo memorando azul e branco.
Até ao intervalo, por exemplo, o Lyon apenas se aproximou duas vezes da baliza de
Helton. Fez um golo por Lisandro Lopez (sem festejos do argentino) num bom remate de pé esquerdo e viu Gomis cabecear ao lado um livre de Michel Bastos. O resto foi fogo de dragão, foi poder azul e branco e um festival de golos perdidos.
Rúben Micael empatou logo de seguida, após lance soberbo de Kléber, e
Hulk incorporou um espírito malévolo, um diabo que o domina da cabeça aos pés e espalha a maldade pelos oponentes. O brasileiro sprintou, driblou, rematou e assistiu. Merecia mais, merecia pelo menos um golo.
Uma revelação chamada Souza
O F.C. Porto é uma estrutura convincente, repleta de boas opções e com um fio condutor que faz todo o sentido. No onze inicial coube apenas um reforço, um reforço que faz jus ao epíteto.
Kléber inventou o golo de Rúben Micael, numa jogada sobre a direita, segurou imensas bolas, combinou bem com os colegas e provou ter uma dimensão que o ausente Walter dificilmente algum dia terá.
Noite de afirmação também para
Souza. Mas que bela surpresa, inversamente proporcional à depressão de Fernando. Boa colocação, capacidade de multiplicar movimentos, acerto no passe curto e longo, confiança arrebatadora de um jovem que merece ser titular. A seu lado,
João Moutinho, o senhor de sempre. Bela aparição.
Dos titulares,
Varela terá sido o mais discreto, apesar de dois ou três momentos de realce. Na defesa,
Otamendi melhor do que
Rolando e
Fucile mais audaz do que
Sapunaru. O uruguaio chegou até a enviar uma bola ao poste.
Ficha de jogo:
FC Porto - Lyon, 1-2
Jogo de preparação
31 de Julho de 2011
Estádio de Genebra, na Suíça.
Assistência: cerca de 15 mil espectadores.
Árbitro: Jérôme Laperriere (França).
FC PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Otamendi e Fucile; João Moutinho, Souza e Rúben Micael; Hulk, Kléber e Silvestre Varela.
Substituições: Rúben Micael por Beluschi (63m), Souza por Fernando (63m), Kleber por Djalma (65m), Sapunaru por Sereno (78m), Otamendi por Maicon, Moutinho por Castro (78m), Varela por Christian Atsu (78m).
Não utilizado: Beto.
Treinador: Vítor Pereira.
LYON: Vercoutre; Réveillère, Cris, Lovren, Cissokho; Gonalons, Källström, Briand, Bastos; Lisandro e Gomis.
Substituições: Gomis por Belfodil (71m), Gonalons por Koné (79m), Briand por Pied (84m)
Não utilizados: Anthony Lopes, Mensah, Gassama, Chavalerin.
Treinador: Remi Garde.
Ao intervalo: 1-1
Marcadores: Lisandro Lopez 8m, Rúben Micael 11m; Michel Bastos 81m.
fonte: www.maisfutebol.iol.pt e www.fcporto.pt
Etiquetas: época 2011/12, FC Porto, Fernando, Fucile, Helton, Hulk, João Moutinho, Kléber, Otamendi, Rolando, Sapunaru, Souza, Varela, Vitor Pereira